No último mês, o curso de Nutrição do UniSales recebeu uma Monção de Aplauso da Câmara Municipal de Vitória pela pesquisa sobre Insegurança Alimentar e Nutricional realizada com a população do município de Vitória. Na homenagem, foram citados os pesquisadores Alan Diniz, Laura Oliveira, Fábia Thomaz Resende e a profª Alessandra Rodrigues.
O estudo foi realizado com a população assistida nos Centros de Referência de Assistência Social- Cras e foi possível detectar que hoje 31% está em estado de Insegurança Alimentar grave. Ao todo, foram entrevistadas 351 famílias e foram questionados sobre disponibilidade de dinheiro, o medo da fome, preocupação alimentar, qualidade e quantidade de alimentos disponíveis, número de refeições, etc.
A pesquisa mostrou que entre os alimentos mais consumidos são arroz, feijão e ovos. Frutas, hortaliças tubérculos, legumes, carne, leite e derivados são produtos que apresentaram um consumo muito baixo. Sobre as despesas familiares, 30% declarou que a falta de dinheiro para comprar alimentos é que mais preocupa, em seguida estão gastos como água e energia, aluguel e gás de cozinha.
Para a coordenadora da pesquisa, profª Alessandra Garcia, a fome está atrelada a renda familiar. “Percebemos que a mulher é a primeira a passar fome numa casa. Em seguida, os adultos, os filhos maiores de 18 anos e depois as crianças pequenas. E eles tentam de todas as formas não chegar nessa situação. Quando nos deparamos com esse dado de 31% em insegurança alimentar, isso retrata que são mulheres, jovens e crianças que estão passando fome”.
“A fome tem origem com a desigualdade social e a pandemia só agravou o cenário nacional. Uma medida que pode ser adotada pelo Governo para resolver essa situação é o fortalecimento da agricultura familiar no Estado. Possuímos uma zona rural rica, com potencial para produzir alimentos provenientes da agricultura familiar. Hoje, 75% do que consumimos é proveniente desta agricultura e esta pode ser a solução para este problema”, ressaltou Alessandra.